Astronauta bauruense Marcos Pontes levará turista ao espaço

 Em Imprensa

Em 2006, o astronauta bauruense Marcos Pontes realizou a viagem dos sonhos de milhões de pessoas: ir ao espaço. Ele completou a Missão Centenário retornando à Terra após uma série de experiências na Estação Espacial Internacional. Agora ele planeja uma nova viagem com o objetivo de realizar os sonhos de outras pessoas. Em um ousado empreendimento, Pontes se associou ao empresário Marcos Roberto Palhares para oferecer pacotes de turismo exclusivos em um avião supersônico.

O astronauta afirma que nada é comparável às sensações de estar em uma aeronave como esta. No caso do turista, a aventura será muito mais prazerosa, sem o compromisso de trabalho. “Pensamos em dar a chance para essas pessoas realizarem seus sonhos”, comenta Pontes.

Na sequência, o astronauta bauruense manda um recado para aqueles que insistem em críticas: “O importante é fazer as coisas. Tenho certeza de que, daqui a alguns anos, vai ter muita gente que vai dizer: ‘que bom que teve alguém que pensou em fazer um negócio assim no Brasil’. E hoje eu tenho a oportunidade de fazer”.

O “cardápio” da Agência Marcos Pontes compreende aventuras no espaço, no ar, na terra e no mar. O turismo espacial já tem fila de empresas especializadas neste complexo serviço. O astronauta bauruense vai além, colocando à disposição dos interessados o seu know-how.

Na nova empreitada, ele ocupa o cargo de diretor operacional da agência turística, enquanto seu sócio Marcos R. Palhares será o diretor comercial. Palhares deverá ser o turista brasileiro pioneiro para o voo suborbital. “Estamos sem pressa, montando um negócio com qualidade, profissionalismo e segurança”, define.

Marcos Pontes é um expert em aeronaves. Uma das aventuras propiciadas por sua agência de turismo será um voo no caça russo MIG-29. Para quem busca emoção, não há limites. Pilotar um carro de Fórmula Indy a 300 Km/h. Não só dirigir, mas também dar tiros a bordo de um tanque de guerra.

Gravidade zero

Pontes esclarece que os pacotes foram pensados com opções desde voo espacial suborbital até voos de menor complexidade, que simula gravidade zero. O astronauta bauruense definiu para o JC que os custos variam e estão sendo avaliados. “Existem pacotes sendo preparados”, acrescenta.

Em um voo suborbital, define o astronauta, o turista permanece no espaço por sete minutos sem entrar em órbita. As circunstâncias que envolvem um voo orbital implicam em uma situação de velocidades entre 25 mil e 28 mil Km/h. Esta foi a velocidade atingida pela nave espacial russa Soyuz na volta de Pontes do espaço, em 2006.

A viagem de retorno da Estação Espacial Internacional teve duração de três horas. Em menos de 30 minutos, a Soyuz passou pelo continente americano, cruzou o oceano Atlântico, o norte da África e a Turquia, chegando ao Cazaquistão. Dentro do módulo, Pontes e mais dois tripulantes ficaram expostos a seis vezes a força da gravidade, o que representa uma pessoa de 70 quilos ter a sensação de pesar 420 quilos.

Ele explica que em um voo suborbital o turista decola em uma espaçonave acoplada a uma aeronave preparada. A duração do voo é em torno de 1h45. Com acelerações, separação das aeronaves, acionamento de foguetes, a espaçonave sobe até 140 quilômetros e o turista pode ver a curvatura da Terra, o espaço negro e as estrelas.

Por aproximadamente sete minutos, os passageiros experimentam a gravidade zero e observam a Terra do espaço. Na sequência, todos se reposicionam em seus assentos e a aeronave espacial retorna em um voo de descida em aspiral.

Astronauta adianta ‘negócio do futuro’

O astronauta Marcos Pontes ressalta que há empresas especializas em voo suborbital, como a Virgin Galactic, com previsão de início de decolagem nos próximos três anos. De olho no filão, o bauruense estrutura sua agência de viagens. “O turismo espacial vai decolar por aí. Começando com voos suborbitais e depois orbitais. Muitos profissionais da minha turma, por exemplo, já estão trabalhando nessas empresas.” Haverá os astronautas profissionais operacionalizando as viagens, os turistas e uma estação espacial privada preparada para turismo. “Vai ser uma área de investimento bastante interessante”, projeta Pontes.

O astronauta avalia que voos espaciais serão mais comuns entre turistas com boa saúde para suportar acelerações. “No futuro, a tendência é que isso se transforme em algo cada vez mais normal. É como você decolar, por exemplo, daqui de São Paulo para Paris em um avião de carreira normal”, compara, em projeção.

Titanic

Que tal conhecer o naufrágio do Titanic a bordo do submersível russo MIR? Um pacote da Agência Marcos Pontes levará turistas até o Atlântico Norte, onde o navio transatlântico afundou, em 1912. O turista terá toda a infraestrutura, com acomodação em um navio de apoio, conferência sobre a história do Titanic e o passeio a uma profundidade de 3.800 metros a bordo do MIR. “É um dos pacotes que o meu pessoal está trabalhando”, comenta.

Mais informações podem ser obtidas pelo site www.agenciamarcospontes.com.br.

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