Hermes 450 do 1°/12° GAV Esquadrão Hórus, o mais novo esquadrão da FAB
Hermes 450 do 1°/12° GAV Esquadrão Hórus, o mais novo esquadrão da FAB
Esquadrão Hórus, sediado em Santa Maria (RS), inaugura nova era na aviação militar brasileira.
Foto&Materia: Ricardo Pereira-Plano Brasil-Aventuras Incríveis
FAB CRIA ESQUADRÃO DE AERONAVES REMOTAMENTE PILOTADAS
“Na mitologia egípcia, Hórus é uma divindade com cabeça de falcão com dois olhos que representam o sol e a lua. Com esse poder, é o deus dos céus, vencedor na batalha contra o deus do caos e, por isso, o rei dos vivos. Desde o dia 26 de abril, Hórus também é o nome da mais nova unidade da Força Aérea Brasileira, o 1°/12° GAV, sediado na Base Aérea de Santa Maria e equipado com as “Aeronaves Remotamente Pilotadas” (ARP), como também são chamados os “Veículos Aéreos Não-Tripulados” (VANT) no Brasil.
O 1°/12° GAV é a primeira unidade aérea do país a operar esse tipo de aeronave. O Esquadrão Hórus conta, hoje, com dois modelos Hermes 450, com capacidade de voar a mais de cinco mil metros de altitude e levar carga útil de 150 kg. O equipamento pode cumprir missões de busca, controle aéreo avançado e reconhecimento, com a vantagem de voar por longos períodos com revezamento de tripulações que não ficam expostas ao fogo hostil.
Como o deus egípcio Hórus, a principal faceta do Hermes 450 é a sua capacidade de observar seus objetivos de forma privilegiada. “A ARP Hermes 450 tem vídeo em tempo real. Você vê a ação acontecendo”, explica o Tenente-Coronel Aviador Paulo Ricardo Laux, comandante da unidade. A novidade é que os dados agora são gerados e transmitidos na mesma hora. “Antes, a gente planejava, decolava, voava e depois processava os dados. Hoje, temos que gerenciar simultaneamente a coleta, análise e difusão da informação. O processo se funde”, afirma o comandante da unidade.
As aeronaves remotamente pilotadas irão trabalhar de forma conjunta com os outros aviões de reconhecimento, como R-99, R-35 e RA-1. “Cada um tem o seu próprio nicho. O grande gol da ARP é a capacidade de permanecer no acompanhamento dos alvos por mais tempo. Com duas aeronaves, podemos nos manter 24 horas sobre a área de interesse”, afirma o comandante do 1°/12° GAV.
Com sistemas eletro-óticos capazes de localizar e acompanhar alvos tanto de dia quanto de noite, o Hermes 450 poderá ser utilizado, também, em tempos de paz, para realizar buscas e apoiar missões de “Garantia da Lei e da Ordem”.
O Esquadrão Hórus foi criado como resultado do “Grupo de Trabalho Victor”, que, durante um ano, operou os Hermes 450 experimentalmente para estudar o emprego das ARP na Força Aérea Brasileira.
Além de Santa Maria, há planejamento para que novas unidades sejam criadas nos próximos anos em bases da Força Aérea nas regiões Norte e Centro-Oeste.
FICHA TÉCNICA
Peso de decolagem: 450 quilos;
Comprimento: 6 metros;
Envergadura: 10 metros;
Carga Útil: 150 quilos;
Autonomia: Até 16h;
Teto Operacional: 18.000 pés;
Velocidade máxima: 170 km/h.
PILOTAR SEM SAIR DO CHÃO
Os pilotos que compõem o efetivo do Esquadrão Hórus vivem situação inédita na Força Aérea: cumprem missões no solo sem efetivamente guarnecer aviões. Isso não quer dizer que eles não pilotem. O termo “Aeronave Remotamente Pilotada” (ARP), criado como uma categoria de “Veículo Aéreo Não-Tripulado”, ressalta exatamente o papel do controle do piloto em solo.
Para o Tenente-Coronel Paulo Ricardo Laux, o voo da ARP é um desafio a mais para os aviadores. “O primeiro aspecto é em relação à consciência situacional. Você precisa estar focado nos sensores. É voo por instrumentos. A execução da missão dá outra dimensão, é estimulante”, afirma. Além da aeronave em si, uma ARP inclui, também, sistemas em solo que permitem o controle, a telemetria e recepção das imagens. Por esse motivo, é também chamada de “Sistema ARP”, que envolve o aparato necessário para manter o controle da missão. Todo o conjunto também pode ser transportado a bordo de aviões, o que permite ao Esquadrão Hórus deslocar-se para qualquer região do país.”