Diário do Pará – Próxima parada: o Universo!
Matéria completa do Jornal Diário do Pará sobre passeios da agência com depoimentos de clientes.
Próxima Parada: O Universo!
Rolezinho no espaço já é realidade. Agência especializada neste tipo de Turismo tem como sócio o astronauta brasileiro Marcos Pontes. Prepare o bolso e o estômago para ir rumo ao desconhecido.
Gosta de Aventura? Então Imagine seu próximo destino de viagem com muita adrenalina:uma trilha perigosa,se arriscar em escaladas, fazer rafting, voar de asa delta, desbravar o desconhecido?
Tudo isso é pouco, perto do que vamos propor nessa matéria.
Pegue o passaporte, coloque poucas roupas na mochila e prepare o coração: o lugar é azulzinho, cheio de estrelas e a gravidade pode ser zero.
Sim, o seu destino é o espaço, onde poucos homens já chegaram. De turista acidental a turista espacial, você pode ser astronauta por um dia. Duvida?
Ledo engano achar que falta muito tempo para que pessoas comuns possam conhecer o espaço. Os pacotes deste tipo de viagem existem e são oferecidos por uma agencia especializada que leva a assinatura de ninguém menos que Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, e Marcos Palhares, o primeiro turista brasileiro a atingir a estratosfera a bordo de um MIG-29, um caça utilizado em combate aéreo.
Do empresário Marcos Palhares, que sempre sonhou desde garoto em conhecer o espaço, que nasceu a Agencia Marcos Pontes, especializada em pacotes turísticos exclusivos, rumos ao desconhecido.
As possibilidades são muitas:fazer um voo de gravidade zero, dar uma volta na estratosfera a bordo de um caça supersônico ou até de balão, ser um cosmonauta por 10 dias, participando dos treinos de astronautas e até dar uma volta em um tanque de guerra. Experiências que até então pessoas comuns só podiam sonhar em fazer.
Deu frio na barriga?
De acordo com Marcos Palhares, o mercado do turismo espacial está se abrindo e crescendo. “Vamos levar para o espaço em dois anos o que a NASA levou em 50.Antes era preciso investir 40 milhões de dólares para ter esse tipo de experiência. Hoje um voo pelo espaço custa US$250 mil. Mesmo o valor ainda sendo alto, é muito mais baixo do que antes,especialmente por permitir que pessoas comuns possam viver experiências que só os astronautas vivem”, diz o empresário.
Existem outros pacotes que custam entre US$3mil e US$25mil, e o ponto de partida é a Rússia ou os Estados Unidos. “Para chegar a estratosfera você precisa de um caça supersônico muito potente. O Brasil não tem esse equipamento.Antes de voar pela primeira vez, fui até a Rússia, e fiquei sabendo que era possível, desde que você pagasse.Fui realizar meu sonho e trazer esta possibilidade para mais pessoas por aqui.
Agora, isso é um pacote turístico da nossa Agência. Aqui no Brasil este tipo de experiência não é possível, aberta apenas para quem é do ramo militar, e há cerca de 50 caças em operação. Na Rússia, são 14 mil, lá tem caça até para emprestar”, revela o turista espacial e empresário.
A dupla de Marcos se encontrou pela primeira vez quase que por acaso: o destino deu um empurrãozinho e os colocou no mesmo avião. Foi quando se uniram para realizar o sonho da agência de turismo espacial. “ Quando encontrei o Marcos Pontes, falei logo da ideia de vender viagens para o espaço. Mas tinha certeza que para dar certo, era preciso um nome de peso para endossar a marca, porque os pacotes eram de valores altos. Como Pontes é divulgador da área espacial no Brasil, topou a sociedade na hora. A agência então passou a levar o nome dele para dar essa credibilidade. Ele participa de maneira ativa porque recebe as pessoas na agência, é o maior entendedor no Brasil sobre tudo o que envolve a segurança espacial e é responsável por toda parte operacional e de briefing da aventura.
Marcos Palhares sempre quis ser astronauta e conta que enquanto as meninas colecionavam papel de carta, ele guardava recortes sobre astronomia e astronáutica. Aos 12 anos, assistiu o lançamento do ônibus espacial pela TV que acabou explodindo.
“Nesse dia desisti de ser astronauta. Mas quando Marcos Pontes foi para o espaço me provou que podia ser seguro. Em 2012, retomei meu sonho e comprei um tíquete para ir ao espaço. Muita gente comprou no escuro, sem garantias. Tinha começado a juntar dinheiro e entrei na lista dos primeiros homens a ter essa experiência\”, detalha.
A nave Space Ship Two ficou pronta em 2011 e está em testes.Ou seja, em breve o empresário será o primeiro brasileiro a ir para o espaço como turista. Ele ocupa o número 362 de uma lista de espera de 700 pessoas. Hoje existem sete brasileiros nesta lista. As viagens espaciais a turismo ainda não começaram, mas nossos clientes já estão garantidos e serão quando chegar a hora preparados e treinados para o voo que deve acontecer daqui a dois anos explica.
O sonho de Marcos Palhares se tornou realidade e também um negócio promissor, capaz de realizar o sonho de outras pessoas como ele. Foi o caso de Bernardo Bayão Barrote, um garoto que deu uma voltinha na estratosfera a bordo de um caça. “Ele foi o mais jovem brasileiro a ir para a estratosfera. Quem nos procura são pessoas que querem realizar esse sonho. Tem gente que guarda dinheiro há tempos para isso.
Geralmente são homens e solteiros, mas já temos uma brasileira que vai para o espaço.
O empresário conta que um cliente procurou a agência com vontade de voar em um avião da Segunda Guerra Mundial e a viagem foi realizada. “Nossa equipe vai levá-lo até a base nos Estados Unidos” revela ele que já recebeu uma senhora de 60 anos com desejo de comprar um voo espacial.
“Ela fugia totalmente ao perfil, mas disse que já tinha conhecido 112 paises, só faltava conhecer o espaço. Acredito que o que fazemos hoje é o inicio de algo que será comum no futuro, assim como os voos de avião antigamente. Mas uma agência de turismo comum não pode vender voos como esse.
O cliente precisa ter uma atenção muito diferenciada, trâmites que incluem uma segurança gigante, equipes especializadas e uma preparação especial”, detalha.
O preparo aliás, é um item de suma importância. Marcos Pontes entra aí. Ele tem didática, explica as sensações, o que você precisa fazer para não ficar enjoado, os itens de segurança. Antes da sua viagem, ele ensina tudo sobre o equipamento, você veste a roupa cheia de tubos, parece de super-herói. Além disso, tem que ser uma pessoa com boa saúde e condição física, que não tenha problemas de coluna, coração ou pressão. Não é para qualquer um. Não pode ter claustrofobia, nem pesar mais que 100 kg. É um voo radical sim, alerta.
Experiência no céu, na terra e na água
A agência oferece vários pacotes para todos os sonhos, gostos e bolsos.
Uma das experiências que o empresário considera bem interessante, é o da gravidade zero. “Forramos um Boing todo e tiramos os bancos. Ele levanta voo da Rússia ou dos Estados Unidos e chega a um ponto onde quem está dentro flutua como se estivesse no espaço. É capaz de fazer manobras em formato de parábolas, mas quem está dentro não percebe. Em um determinado ponto, começa a experiência de “estar flutuando” explica Palhares.
Mas se o espaço não é a sua praia, existem ainda aventuras na terra ou embaixo da água. “Vamos oferecer um pacote de passeio em submarino. Um chega a 100 metros de profundidade e outro a 700. Para ter idéia, o submarino mais potente da Marinha Brasileira chega a 300 metros. Esse de 700 vai até onde a luz do sol nunca chega, então a fauna marinha nessa profundidade é muito curiosa, são animais biolouminescentes.
Você os vê brilhando, piscando, chegando perto do submarino”diz.
Nos voos pela estratosfera, a visão é quase de um astronauta.A viagem é feita pela camada de ozônio, ou seja, é possível enxergar o espaço e o sol, além de sentir as forças G. Segundo o empresário, a impressão é de estar solto no universo.
“Quando voei pela primeira vez, pedi para o piloto fazer tudo o que eu tinha direito, queria ter a mesma emoção de um piloto de caça. Ele riu e sem saber que eu falava russo, disse para o pessoal da base “Estou com pena desse rapaz”. Não sabia o que me esperava, mas foi incrível, muito radical, você voa em uma camada da atmosfera totalmente transparente, a vista é para o infinito\”, lembra.
Cliente: Bernardo Bayão Barrote
“Sempre tive vontade de voar em um avião caça de verdade. Infelizmente uso óculos e a Força Aérea Brasileira não permite o uso de lentes corretivas. Mas em Dezembro de 2012 vi a entrevista do Marcos Pontes no programa “Agora é Tarde” com Danilo Gentili na Band e lá ele falou que tinha aberto a Agência Marcos Pontes de turismo radical. Quando entrei no site e vi que eles tinham um voo pela estratosfera com manobras de combate em um avião MIG-29, não acreditei!!
Mandei e-mail na mesma hora e fui me comunicando com o Palhares por telefone.
A agência é em São Paulo e eu sou de Belo Horizonte. Fiz essa aventura graças a uma herança que recebi da minha tia avó, Lais Mesquita, já que o valor não era barato, mas era a única oportunidade de fazer algo espetacular que sempre sonhei!!
O voo saiu de Novgorod (distante 1h de avião de Moscou ou 4h de trem). É a terceira maior cidade da Rússia, o lugar onde durante a Guerra Fria, os aviões MIG eram construídos.
Meu voo foi marcado para 20 de Julho de 2013. Eu tinha 20 anos. Fui com minha mãe e passamos 10 dias na Rússia:visitamos em Moscou, o Kremlin, a Praça Vermelha, monumentos da era comunista, o túmulo de Lenin, o Museu dos Cosmonautas(os russos preferem esse termo a astronauta), navegamos pelo rio Moscova (onde encontra-se um ônibus espacial russo chamado Buran), etc.
Aí chegou a hora de partir para o voo do Mig! Durou 50 minutos. Cheguei a 17.200(a estratosfera começa aos 15.000m) e fiz uma série de manobras radicais. Cheguei a pesar seis vezes o meu peso, quebrei a barreira do som, e ainda por cima pude pilotar por alguns minutos. Não deu medo, mas muita satisfação! Ao final, cheguei um pouco zonzo. Realmente, ser piloto de caça requer um bom físico.
Todas essas aventuras precisam de alto investimento. Atualmente estudo Gestão Ambiental, e no futuro, pretendo fazer um concurso da Marinha do Brasil para ser prático e fazer mais turismos incríveis.
Estou com 21 anos e ser o mais jovem brasileiro a ter vivido essa experiência é incrível.
Recebi um certificado contendo dados do passeio, um macacão de piloto com meu nome, e por último, conheci o único astronauta brasileiro que me deu uma aula sobre aviônica militar.
