Brasil voando Mig na estratosfera
Todo mundo sabe que a Agência Marcos Pontes tem levado muitos brasileiros para a aventura de conhecer a estratosfera a bordo de caças supersônicos russos. Mas o que só nós sabemos, é o quão importante esta experiência representa na vida destas pessoas tão especiais.
Nesta quarta-feira, foi a vez de Eduardo Paoli, um brasileiro natural da capital paulista e residente em São José dos Campos, que trabalha como engenheiro na indústria aeroespacial.
Voar em um caça supersônico sempre pareceu um sonho impossível para ele, ainda mais em se tratando de um Mig-29, um avião de combate de alto desempenho.
Logo que ele descobriu que seu sonho poderia ser realizado, iniciou o planejamento financeiro. Foram, segundo ele, cerca de 1 ano e meio de economias para garantir que seu projeto tivesse vida.
Mas ao contrário de quem imagina que dinheiro resolve tudo, Paoli levou com maturidade o processo de preparação para se realizar um voo supersônico do inicio ao fim. A primeira etapa foi uma consulta com a médica Dra. Ritz, especialista no assunto. Depois de uma bateria de exames médicos cuidadosamente avaliados, iniciou-se o processo da preparação física por mais 6 meses de treinamento em academia. O objetivo era o de fortalecer os músculos que seriam mais exigidos durante o voo, afinal, Paoli não queria perder nenhum detalhe de sua experiência. “Até mesmo uma avaliação dentro de uma câmara hiperbárica foi fundamental para se ter certeza do quadro evolutivo e da segurança do cliente durante a experiência”, resume Dra Ritz.
Uma aula de fisiologia de voo aplicada pelo astronauta Marcos Pontes foi fundamental nos quesitos da integridade física de Paoli, resumindo as principais sensações do voo e como evitar os momentos desagradáveis da variação de força de gravidade.
Em mais uma etapa da preparação, Paoli precisou aprender a usar uma roupa de piloto de caça, assim como treinou o uso correto da máscara de oxigênio, afim de evitar surpresas no ar, já que após algumas manobras, os enjoos podem ser comuns.
Por fim, Paoli foi com nossa equipe conhecer todos os instrumentos do cockpit de um caça. Aprendeu a identificar e conhecer os principais instrumentos, aprendeu até mesmo a simular um voo de verdade, para que quando estivesse no ar, o piloto russo do Mig pudesse ”ceder” os comandos para uma breve “degustação ” de nosso cliente. Todos os detalhes sobre os procedimentos de segurança foram passados, um cuidado que só um piloto de caça e coronel da Força Aérea como Marcos Pontes poderia fazer com desenvoltura e excelência.
Paoli estava preparado e seu sonho estava a sua espera.
Na quarta-feira, dia 5 de Novembro de 2014, mais um brasileiro subia aos céus russos e cumpria sua missão, levando a bandeira brasileira ao lugar mais alto de nossa atmosfera, onde a borda do espaço e a curvatura da Terra dividem a mesma vista. Uma emoção que certamente não se apagará da memória deste brasileiro tão especial.
Parabéns Paoli!